quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Caixa de Ferramentas

CAIXA DE FERRAMENTAS

Vocabulário

-Não procurar palavras difíceis; a primeira palavra é geralmente a melhor (porquê dizer “corpo discente” quando podemos dizer “estudantes”? Não ornamentar o vocabulário: é como vestir um traje de gala a um animal doméstico.

-Cuidado com a linguagem coloquial ou transcrita foneticamente. “Que fixe!” ou “trim! Trim!” devem ser usados em circunstâncias particulares, personagens especiais, ou NUNCA.

-Cuidado com a VOZ PASSIVA. Podemos pensar que confere autoridade ou majestade à obra, mas é apenas cobardia. Porquê escrever “o corpo foi transportado por João” quando se pode escrever “João transportou o corpo”? O corpo não deve ser o sujeito da frase.
Exemplo 2: “Ela será sempre recordada por mim” (voz passiva) “Irei sempre recordar-me dela” (voz ACTIVA)

-As descrições devem fazer sobressair o diferente e não o geral. Exemplo: descrever um coelho só é interessante se ele tiver, por exemplo, um focinho azul. De resto, todos sabemos com que se parece um coelho, é inútil estar a descrevê-lo. Fazer sobressair o particular e não cansar o leitor com pormenores inúteis.

-Cuidado com as comparações. Evitar o cliché e as metáforas demasiado distantes da imaginação possível do leitor. Manter as comparações simples e evitar as redundâncias.

-Excesso de advérbios de modo dificulta a leitura e torna a prosa lenta e morosa. “Fluentemente”, “habilmente”, “lentamente”, etc

-As indicações de fala nos diálogos devem ser, com honrosas excepções, “disse”. “João disse”, “disse Pedro”, “disseram eles”. Outras indicações são de evitar, excepto se absolutamente necessárias (ex: “gritou”, “sussurrou”). Se o diálogo for bom, não é preciso escrever “advertiu” ou “ralhou” ou “silvou” ou “desferiu”

-O parágrafo é o motor da narrativa, não a frase: começar o parágrafo com um tópico e desenvolver esse tópico com narração, descrição, diálogo etc. As frases seguintes à primeira servem para a desenvolver e explicar. Não lançar tópicos inacabados em cada parágrafo, confunde o leitor. O objectivo do parágrafo é seduzir e acolher o leitor.

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